Certo dia, uma idosa foi às compras num supermercado, e apercebeu-se que estava a ser olhada com reprovação pela funcionária da caixa.
A funcionária disse que a senhora devia levar os seus próprios sacos, pois o plástico polui o ambiente, e a idosa pediu desculpa, explicando que no seu tempo não havia grandes preocupações ecológicas.
Então, a jovem sublinhou que era muito importante ajudar o ambiente, uma vez que a geração passada não teve cuidado nem se importou o suficiente para o salvar para as gerações do futuro.
Perante isto, a senhora não conseguiu conter-se e respondeu à letra:
“É verdade, não havia nenhuma tendência para a ecologia da altura. Mas o que você não percebe é que o consumo de há 50 ou 60 anos não era tão tinha nada a ver com o de hoje em dia. Antes, tudo era reciclado de uma forma ou outra. Antes, devolvíamos as garrafas de leite, refrigerante e cerveja à loja. A loja mandava-as de volta à fábrica para ser lavadas, esterilizadas e reabastecidas. Elas usavam as mesmas garrafas repetidas várias vezes. Elas eram realmente recicladas.
As mercearias ensacavam os nossos mantimentos em sacos de papel pardo, que eram reutilizados para inúmeras coisas. A mais memorável, para além do lixo doméstico, era o uso dos sacos de papel pardo como capas para os livros da escola, para garantir que a propriedade pública (os livros fornecidos para o nosso uso pela escola) não ficava desfigurada pelos nossos rabiscos.
Os pacotes não eram individuais como agora. Todos os frascos eram de vidro ou barro, por isso podiam ser limpos e reutilizados à vontade. Os carros já existiam, mas as pessoas ainda não os usavam muito, por isso estávamos a fazer uma economia de energia considerável. A roupa era lavada à mão, assim como as fraldas, os irmãos usavam as roupas dos mais velhos em vez de comprar outras novas. Nós tínhamos uma verdadeira filosofia da reutilização, e não caímos no ciclo do consumismo, como existe atualmente. Hoje todos têm dispositivos que consomem muita eletricidade: telemóveis, televisões, consolas de jogos, computadores… Na época, muitas famílias nem tinham TV.
Nós tínhamos paciência para fazer muitas coisas à mão, e não comíamos comida enlatada ou congelada. Então, comíamos o que havia de acordo com as estações do ano, o que é bom para o ambiente. Isso também explica porque é que a taxa de obesidade era tão baixa em comparação com a de hoje, em que as taxas estão a explodir por causa da fast food, preguiça e comida de lixo.
Se você pensar em tudo isso, vai perceber que nós, as pessoas mais velhas, não nos importávamos menos com o meio ambiente, nós simplesmente tínhamos um estilo de vida mais equilibrado e ecológico do que a juventude de hoje. Por isso, em vez de dar lições às pessoas do meu tempo, tente reajustar o seu estilo de vida para que seja mais respeitoso para com a natureza.”
A senhora deu uma verdadeira lição de moral à jovem, e com toda a razão.
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