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Duas amigas encontram cartas amor perdidas do tempo da guerra numa loja de segunda mão e procuram os filhos do veterano

Milhares de quilómetros podem separar duas pessoas, mas nunca podem destruir o amor que elas têm uma pela outra. Quando duas amigas, Lindsy Wolke e Megan Grant, entraram numa loja de antiguidades, nunca imaginaram que encontrariam uma história de amor entre duas pessoas, muito distantes uma da outra, cujo amor poderia superar a longa distância.

Muitas décadas depois, quando essas cartas chegaram aos filhos desses amantes dos tempos de guerra, um deles ficou a tremer ao ver a letra da sua mãe.

Lindsy e Megan estavam a regressar de uma viagem de fim de semana para Smoky Mountains quando decidiram parar numa pequena loja de segunda mão no Tennessee. As duas ficaram agradavelmente surpreendidas ao encontrar uma pilha de velhas cartas de amor, escritas durante a Segunda Guerra Mundial, de 1944 a 1946, e em pouco tempo viram-se imersas na história de amor de Elias Maxwell e Ilaine Murray. “Ficámos sentadas lá durante uma eternidade”, disse Megan, 24 anos.

As cartas levaram-nas ao passado, contando a história de Elias, de 18 anos, que na altura estava no Havai e no Japão no USS Rankin, e Ilaine, de 19 anos, que residia na sua cidade natal, Blackwood, Nova Jersey. Nos momentos difíceis da guerra, em que a vida está constantemente em risco, receber uma carta pode ser o conforto necessário vindo de alguém que se ama e que está longe.

Numa das cartas, Ilaine escreveu: “Ao meu amor na Marinha. Olá, querido. Como estás? Recebi hoje duas cartas tuas, e podes imaginar quão aliviada me senti”. No final da carta, ela escreveu linhas de “X” (que representa beijos), e acrescentou: “Tudo isto e milhões mais”.

“Quando começámos a ler, não conseguimos parar. Percebemos que Elias estava assustado e sentia falta da família e de casa”, disse Lindsy, de 24 anos.

Uma das cartas que Elias escreveu para Ilaine dizia: “Agora são 18:50. Estou exatamente há 30 minutos a escrever esta carta. Bem, querida, acho que a acabo por aqui. O teu querido da Marinha. Que Deus te abençoe. Teu para sempre. PS.: Por favor, pensa em mim enquanto estiver fora”.

Comovidas pelo amor que viram nas cartas, Lindsy comentou: “Ele amava-a muito. Dava para sentir a emoção sempre que líamos as cartas. Ficámos derretidas”.

Ilaine chegou a mencionar como desejava ser a esposa de Elias e assinou algumas das suas cartas a dizer: “Da tua esposa, espero que em breve”.

Depois de ler as cartas, Lindsy e Megan não conseguiram deixá-las lá, pois queriam saber o que tinha acontecido com o casal. Elas questionavam-se se Elias e Ilaine conseguiram finalmente reunir-se e se a história de amor teve um final feliz.

Então, compraram cada uma das 21 cartas por cerca de 88 dólares e começaram a procurar com dedicação a família do casal. Depois de várias tentativas de partilhar as informações online, finalmente entraram em contato com Barbara Murray, de 65 anos, que é uma dos quatro filhos que Elias e Ilaine tiveram.

Os amantes dos tempos de guerra tiveram o seu final feliz e casaram em 1948, tendo tido quatro filhos: Pat, Jean, Tom e Barbara. Em 1993, Elias faleceu, com 66 anos, e Ilaine faleceu em 2015, com 89 anos.

Lindsy e Barbara falaram ao telefone durante quase duas horas. “Foi como um vínculo instantâneo. Não sei explicar”, disse Barbara, que ficou “literalmente a tremer” quando viu a letra da mãe naquelas cartas.

Os filhos do casal ficaram chocados ao ler as cartas que os seus pais trocaram e Barbara ficou extremamente agradecida por Lindsy e Megan se terem esforçado tanto para encontrá-los.

As duas amigas viajaram aproximadamente 1300km com as 21 cartas para conhecer os quatro irmãos Maxwell em Nova Jersey, num café onde partilharam risos e lágrimas.

Ao ver uma carta marcada com um beijo de batom de Ilaine, Tom disse: “Se vocês me mostrassem isso e dissessem que foi a minha mãe que fez isso, colocar os lábios nesta página, eu diria que não era verdade. Essa é uma parte da minha mãe que eu não conhecia”.

Os irmãos fizeram questão de levar Lindsy e Megan numa excursão pela cidade natal dos seus pais, dando às duas uma “apresentação” adequada de Elias e Ilaine.

“Andar naquela terra, sabendo que Elias e Ilaine tinham caminhado por lá, juntos, fez-nos sentir uma conexão, como se estivéssemos lá com eles. Estar na casa em que eles criaram uma família foi simplesmente incrível”, disse Lindsy.

Os irmãos Maxwell partilharam histórias da sua mãe tímida e do seu pai extrovertido, que fez sapateado em todos os casamentos dos seus filhos.

“Fiquei tão feliz por estas cartas terem sido queridas. Elas não foram descartadas. Elas estavam perdidas desta família. Eles nem sabiam que as cartas existiam”, continuou Lindsy.

Para Barbara, foi como encontrar uma parte perdida dos seus pais, e ela está grata por ter esse “novo” pedaço dos seus pais e poder ver como era a vida deles quando jovens e apaixonados.

Imaginando a reação dos seus pais ao encontrar as cartas depois de todos esses anos, Barbara disse: “Acho que a minha mãe provavelmente coraria um pouco. O meu pai ficaria muito entusiasmado. Talvez até fizesse um pouco de sapateado”.

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