Emocionante

Aos 40, as mulheres sentem-se mais seguras e exalam sabedoria

Hoje, vamos partilhar consigo um lindíssimo texto da autoria de Fabrício Carpinejar, publicado na revista Isto é Gente em Março de 2014, sobre o encanto das mulheres de 40:

A mulher de 40 não diminui o ritmo da intimidade. Pode ler um livro com a intensidade de um momento íntimo. Pode assistir a um filme e conversar com a mesma intensidade. Ela não tem um momento para a sensualidade, a sensualidade é todo o momento. Tomar o café da manhã não é apenas um desjejum, mas sim a sua identidade, o seu ritual, um refinamento da história dos seus sabores. Tomar o café da manhã com uma mulher de 40 anos é participar na sua memória, nas suas escolhas.

Ela não precisa mais provar nada. Já sofreu separações, e tem consciência de que consegue suportar o sofrimento. Já superou dissidências familiares, e tem consciência de que a oposição é provisória. Já foi rejeitada, já rejeitou, entende que o amor é pontualidade e que não deve decidir pelo outro ou amar pelos dois.

A mulher de 40, cansada das aparências, cometerá excessos perfeitos. É mais louca do que a loucura porque não se recrimina de véspera. É ainda mais sábia do que a sabedoria porque não guarda culpa para o dia seguinte. A beleza torna-se também um estado de espírito, um brilho nos olhos, um temperamento. A beleza é resultado da elegância das ideias, não somente do corpo e dos traços físicos. Ela encontrou a suavidade dentro da serenidade. A suavidade que é segurança apaixonada, confiança curiosa.

O riso não é mais bobo, mas sim atento e misterioso, demonstrando a glória de estar inteira para acolher a alegria improvisada, longe da idealização, dentro das possibilidades. Não existe roteiro a ser cumprido, mapa de intenções e requisitos. Há a leveza de não explicar mais a vida. A leveza de perguntar para se descobrir diferente, em vez de questionar para confirmar expectativas. Ser tia ou mãe, ser solteira ou casada, não cria angústia. Os papéis sociais foram queimados com os rascunhos.

A mulher de 40 é a felicidade de não ter sido. É a felicidade daquilo que deixou para trás, daquilo que negou, daquilo que viu que era dispensável, daquilo que percebeu que não trazia esperança. O seu charme vai exalar mais da sensibilidade do que das suas roupas. O que ilumina a sua pele é o amor a si própria, a sua educação, a sua expressividade ao falar.

A beleza está acrescida de caráter, do destemor que enfrenta os problemas, da facilidade que sai da crise. A beleza é vaidosa da linguagem, do bom humor. A beleza é vaidosa da inteligência, da gentileza.

Depois dos 40, não há depois, é tudo agora.

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