Na primavera de 2019, Alicia McCarvell perdeu o emprego. Prestes a completar 30 anos, ela viu-se a passar muito tempo no TikTok – um aplicativo de vídeo criado pela empresa chinesa ByteDance, que o presidente dos EUA ameaça proibir por questões de segurança nacional.
Alicia percorreu inúmeros vídeos antes de decidir fazer e publicar um seu. O terceiro vídeo que ela fez tornou-se viral, com milhões de visualizações em vários dias. Ela acordou na manhã seguinte com 54.000 novos seguidores.
“Eu pensei: oh, agora eu tenho de ser engraçada. Tenho de pensar noutras coisas para criar. Imediatamente, soube que ia fazer algo com isso”, lembra Alicia.
Atualmente, Alicia partilha o seu humor, mensagens de positividade corporal e trechos da sua “vida louca” para 1,1 milhão de pessoas no TikTok.
“É impressionante pensar tudo o consegui criar num ano e as pessoas que ajudei ao longo do caminho. É incrível”, disse ela.
Os vídeos de Alicia podem incluir qualquer coisa, desde destaques do seu dia, rotinas de exercícios, danças no seu escritório e passeios pela Nova Escócia – mas quase sempre há um elemento de humor.
Ela disse que quer que seus vídeos deem às pessoas uma pausa “do que quer que estejam a passar”.
“Quero que qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo entre na minha página e ria e sinta que pode identificar-se comigo”, explicou.
Muitas vezes, há também aparições de Scott McCarvell, o marido que, segundo ela, demorou um pouco para se habituar e exigiu “muito suborno” para começar a participar nos vídeos.
“Ela faz-me entrar em muitos vídeos agora. Na verdade, eu nem tenho TikTok”, disse Scott, a rir.
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Embora Alicia tenha feito alguns amigos através do aplicativo e adora interagir com os seus seguidores, infelizmente a fama também vem com uma enxurrada de comentários de ódio, muitas vezes relacionados com a sua aparência física e o seu relacionamento com o marido.
“Ele é extremamente apto fisicamente e eu sou uma mulher grande. As pessoas costumam perguntar se não tenho complexos por ser gorda e ter um marido em forma, e se não tenho medo que ele me traia com alguém mais atraente. De facto, não somos o tipo de casal que se veja frequentemente por aí, mas estou muito confiante em mim mesma, no meu relacionamento e em quem eu sou”, disse Alicia.
Muitos dos seus vídeos são em resposta aos comentários negativos que ela recebe online, o que disse ser importante para dar um exemplo para as mulheres mais jovens no aplicativo, que podem levar as críticas mais pessoalmente.
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“A forma dos nossos corpos é apenas uma parte de quem somos e acho que é com isso que muitas mulheres lutam. Seja o seu tamanho, seja ter celulite, ter as coxas mais grossas. Colocamos tanto poder nas palavras de estranhos”, alertou.
Alicia disse que depois de perder o emprego, treinou a prática de escrever algo que ela ama sobre si mesma num diário todas as noites, o que aumentou a sua confiança e permitiu que ela visse que há mais importantes nela do que apenas a sua aparência física.
“Muitas coisas melhoraram porque eu estava a focar-me nas partes boas de mim do que nas coisas que eu sentia serem negativas”, explicou.
Alicia disse que os seus seguidores são principalmente mulheres, de adolescentes a mulheres na faixa dos 60 anos, e que espera que as pessoas aprendam e se inspirem na sua experiência no que toca a ganhar confiança.
“Se outra pessoa puder ouvir o meu lado mais profundo do meu TikTok e começar a mudar um pouco o seu diálogo interno, essa é a parte mais motivadora e viciante para mim”, disse.
Alicia disse ainda que atingir 1 milhão de seguidores foi um momento emocionante. Ela e o seu marido transmitiram ao vivo o momento, e ela não conseguiu evitar as lágrimas de felicidade. PARTILHE!
