Nos últimos anos, uma nova tendência chegou aos salões de beleza por todo o mundo e parece ter vindo para ficar. Cada vez mais pessoas por torno dos seus 20 e 30 anos estão a tingir o cabelo de cinza para seguir uma das tendências estéticas mais inovadoras do ano, contrariando a associação negativa à velhice.
Até agora, a regra sempre tinha sido esta: se você começa a ter cabelos grisalhos, esconde-os pintando-os. É particularmente percetível que existe um padrão duplo sobre como os cabelos grisalhos são vistos em mulheres e homens – embora nunca tenha sido visto como um inconveniente ou algo antiestético no homem, as mulheres sempre foram pressionadas a cobrir os cabelos grisalhos, muitas vezes sendo categorizadas como “desleixadas” e “desarrumadas” se não o fizessem.
Esse duplo padrão é um dos motivos do sucesso daquela que é agora chamada a revolução dos cabelos grisalhos.
Aos poucos, a tendência passou a ser adotada por jovens, para quebrar estereótipos sobre o envelhecimento e o que a sociedade espera de nós. Neste momento, cada vez mais pessoas se sentem confortáveis em deixar os seus cabelos grisalhos brilhar e pararam de pintá-los, abraçando a nova filosofia que os vê como algo belo e não como algo que precisa de ser escondido.
Esta nova perspetiva sobre os cabelos grisalhos pode ajudar a mudar a forma negativa com que o envelhecimento é encarado e tudo o que isso acarreta. O cabelo grisalho sempre teve muito estigma, porque é uma representação do nosso corpo a envelhecer, e como envelhecer é visto de forma negativa, por consequência cada manifestação disso é vista como algo mau.
Muitas celebridades adotaram cabelos grisalhos, como é o caso da famosa e linda atriz Meryl Streep. Além disso, graças a esta tendência, novas contas no Instagram de pessoas que decidiram deixar os seus cabelos grisalhos naturais brilhar começaram a aparecer, gerando um maior à vontade e incentivo relativamente à partilha de fotografias de cabelos grisalhos.
Assim nasceu o movimento dos cabelos grisalhos, que se espalhou pelas redes sociais com a hashtag #GrayHairMovement e está a conseguir promover uma relação mais saudável com os mesmos e o que eles representam.
Mesmo que ainda haja muito estigma na forma como envelhecemos, quando deixamos de ver de forma negativa os aspetos naturais dos nossos corpos, como os sinais do tempo, temos o poder de ir mais longe e mudar nossa perspetiva sobre o envelhecer para aquilo que isso realmente é: mais uma etapa das nossas vidas, uma fase em que provavelmente seremos mais maduros e mais fortes do que éramos e, portanto, algo para desfrutar e nos orgulharmos.
