Histórias

Menino espalha anúncios para ajudar a vizinha idosa e encontra envelope cheio de dinheiro à porta

“Porque é que estamos a levar mantimentos para a Sra. Andrade?”, perguntou o pequeno Victor à mãe, Anna, quando voltavam do supermercado.

O menino gostava de ajudar a mãe nessas tarefas, mas eles nunca tinham comprado nada para um vizinho.

Anna viu que o jardim da frente da Sra. Andrade estava em muito mau estado e a caixa de correio estava cheia, e percebeu que a idosa precisava de ajuda.

“Querido, a vizinha tem dificuldades em andar, então ofereci-me para trazer algumas coisas para ela do mercado”, explicou a mãe enquanto subiam os degraus de madeira da casa da Sra. Andrade e tocavam à campainha.

“Ah, mas ela podia usar uma cadeira de rodas”, comentou o menino como se fosse a solução mais fácil do mundo. Algumas crianças na sua escola usavam cadeiras de rodas e pareciam viver normalmente.

“Não é tão fácil adaptar-se a uma cadeira de rodas numa idade avançada, querido. Além disso, a Sra. Andrade não tem dinheiro para comprar uma agora. Elas são bem caras,” explicou Anna, e Victor franziu a testa.

Quando a Sra. Andrade abriu a porta, sorriu e convidou-os para um café e biscoitos. Victor reparou como ela se movia lentamente e uma ideia formou-se na sua mente. Ele contou tudo à vizinha e à sua mãe, e elas sorriram com indulgência para ele. Nenhuma delas acreditava que Victor fizesse realmente o que estava a dizer.

Por isso é que Anna ficou surpreendida no dia seguinte, quando viu que Victor tinha feito vários anúncios. “Mãe, posso adicionar o teu número de telefone aqui, para que as pessoas possam ligar?”, pediu.

“Oh querido, isso é muito doce. Mas não sei se será suficiente para levantar o dinheiro que a vizinha precisa”, explicou Anna. Ela adorava que o seu filho tivesse um coração tão grande, mas não queria que ele ficasse triste caso ninguém ligasse ou não conseguisse levantar o dinheiro necessário.

“Bem, pelo menos eu quero tentar”, disse Victor com o seu sorriso brilhante e olhos ansiosos. Anna assentiu e adicionou o seu número de telefone aos anúncios.

No seu anúncio, Victor oferecia os seus “serviços”, que incluíam ajudar nas compras, cortar grama, fazer companhia e passear com cães, deixando o preço dos seus serviços a critério dos vizinhos, o que fez Anna sorrir.

A mãe ajudou o jovem a espalhar os anúncios pelo bairro. Felizmente, as pessoas lá são muito simpáticas, mas ela não sabia se alguém aceitaria a oferta de Victor.

Quando terminaram e foram para casa, Anna começou a receber chamadas dos seus amigos, perguntando sobre os anúncios. Ela explicou tudo para eles, inclusive que a vizinha precisava de uma cadeira de rodas nova e por isso é que Victor queria fazer aqueles trabalhos.

Felizmente, muitas pessoas começaram a contratar o menino, que ficou encantado. Ele passeava o cão do Sr. Colmenares todas as tardes depois da escola, cortava a grama da Sra. Gomez e ajudava-a a plantar novas flores. Além disso, o Sr. Flores contratou-o para carregar as suas compras.

Ela também ajudou a Sra. Andrade com tarefa de casa que ela precisasse, mas de graça. Victor estava em alto astral, mas depois de duas semanas de trabalho, não estava nem perto da meta. Anna ajudou-o a encontrar uma cadeira de rodas, que custou quase US$ 500.

“Mãe, o que mais posso fazer?”, perguntou, desanimado. “Filho, ganhar dinheiro é difícil. É por isso que o teu pai está sempre fora. Mas estou muito orgulhosa de ti. Vou ligar para algumas pessoas e ver se precisam de mais trabalhos. Oh, eu esqueci-me, tens de levar o cão do Sr. Colmenares para passear”, respondeu Anna.

“Certo!”, disse Victor, levantando-se rapidamente, vestindo-se e abrindo a porta da frente. Mas Anna virou-se para ele quando reparou que a porta não se tinha fechado. Victor estava ali, a olhar para o chão, e de repente inclinou-se.

“Victor, o que foi? Recebemos alguma encomenda?”, perguntou Anna, enquanto se aproximava dele com preocupação.

“É um envelope com dinheiro! Oh, meu Deus! Acho que isto pode ser o suficiente para a cadeira de rodas!”, disse o menino com os olhos a brilhar.

Anna correu para Victor e olhou para o envelope. “Bem, é mais do que suficiente, mas… acho que não podemos ficar com este dinheiro. Não sabemos quem o colocou aqui”, disse. Victor hesitou, virando o envelope para procurar um endereço ou uma pista. Não havia nada.

“Tem de ser um vizinho! Alguém que queria ajudar! Vamos ver as imagens da câmara de vigilância”, insistiu o menino.

Anna sorriu para o filho, e juntos viram que tinha sido o Sr. Fuentes, um novo vizinho do outro lado da rua que as pessoas ainda não conheciam oficialmente. Ele tinha largado o envelope no chão da casa de Victor e voltado para sua casa.

Anna tinha de saber se ele o tinha feito isso de propósito, então pegou na mão de Victor e saíram juntos. No mínimo, tinham de agradecer por um presente tão generoso.

O Sr. Fuentes ficou chateado por ter sido apanhado pela câmara, pois não queria receber nenhum elogio ou reconhecimento por tentar ajudar, mas Anna ainda queria reconhecê-lo e agradecer-lhe.

“Você fez algo muito especial por um completo estranho. Porquê?”, perguntou Anna, sorrindo. Victor estava ao seu lado, com a felicidade pintada no rosto.

“Bem, o seu filho está a trabalhar para arrecadar dinheiro apesar de ser tão pequeno. Porque é que ele fez isso? É por gentileza. Acho que é uma vontade de ver um mundo melhor e ajudar os outros”, explicou o vizinho, encolhendo os ombros.

“Ao vê-lo, pensei que também queria ajudar a vizinha. A minha esposa e eu não somos as pessoas mais sociais, e eu senti que era uma boa ideia fazer algo assim, em segredo”, acrescentou.

Anna sorriu para ele e convidou-o e à sua esposa para jantar naquela noite, assim como à Sra. Andrade, para que todos se pudessem conhecer. Alguns dias depois, a vizinha idosa recebeu uma cadeira de rodas e não pôde deixar de chorar de emoção ao vê-la.

A bondade é contagiante e alimenta a alma. A bondade de Victor inspirou o seu novo vizinho a fazer algo generoso também, e por sua vez isso ajudou-o a fazer novos amigos. PARTILHE!

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