Semei Araújo Cunha, enfermeira de São Carlos, ficou muito sensibilizada com o sofrimento de uma paciente com Covid-19 entubada, e esforçou-se para encontrar uma forma de lhe dar algum conforto.
Então, lembrou-se de encher duas luvas de látex com água morna, atar uma a outra com nós e usá-las para segurar a mão da doente internada.
“Tudo por um carinho, um conforto. Não basta ser profissional, temos de ser empático e humanos. Deixar o coração falar faz bem”, escreveu Semei na legenda da fotografia que partilhou nas redes sociais, na esperança de inspirar outros profissionais.
A técnica utilizada, conhecida como “mãozinha”, ajuda a aquecer as mãos dos pacientes e dar-lhes uma sensação de segurança e companhia.
Devido às restrições no contacto físico resultantes da pandemia, muitas pessoas são forçadas a ficar em isolamento e sentem-se muito sozinhas.
Naturalmente, o sofrimento é ainda maior quando os doentes estão internados, sozinhos, sem poder ter contacto com os que mais amam.
“É muito triste e desolador. Pacientes internados, intubados, sem contacto com a família, sem contacto com ninguém. Quem conversa, é só por telemóvel e videochamada, não há mais aquele toque de carinho, aquele afago. Não podem receber visitas e tornam-se ainda mais vulneráveis. Querendo ou não, as luvas ajudam muito na carência porque esta doença deprime muito”, concluiu Semei.
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