Segundo o líder da CGTP, caso o salário mínimo nacional (atualmente de 557€) tivesse sido aumentado desde 1974, atingiria os 1.267,7€ em 2019, considerando a inflação e produtividade.
Depois da reunião da Comissão Executida da CGTP, o secretário-geral da intersindical, Arménio Carlos, afirmou que por essas razões a proposta de 600€ a partir do próximo mês de Janeiro é um valor “de rigor e de seriedade”, cujo aumento “só depende da vontade do Governo” pois “apoio político no parlamento não faltará, com certeza”. O PCP e Os Verdes defendem o mesmo.
Entre outras declarações, Arménio afirmou também que “a lei estabelece que compete ao Governo definir o valor do salário mínimo, depois de ouvidos os parceiros sociais e, portanto, o facto de poder não existir acordo na Concertação Social, nada impede que atinja os 600 euros”.
O líder da CGTP recusa que “as confederações patronais continuem a procurar usar o salário mínimo como moeda de troca para outros benefícios”.
Entretanto, o presidente da CIP, Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, declarou estar disponível para negociar um aumento do salário mínimo caso haja “mecanismos que permitam aliviar a tesouraria das empregas”, como a redução da carga fiscal, mas que 600 euros está “fora de causa”.
Para o líder da CGTP, “não se justifica que as confederações patronais exijam contrapartidas”, uma vez que a subida do salário mínimo “é um investimento com retorno, para as famílias, para o emprego e para a economia”.
Recentemente, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, rejeitou a hipótese de aumento do salário mínimo para mais de 580€.
“Apesar de o Governo ainda não ter apresentado nenhuma proposta para este ano, não vejo nenhuma razão significativa para alterar a trajetória que seguimos até agora. O mais provável é mesmo que seja esse o ponto de partida para o debate na Concertação Social”, disse o ministro.
Qual a sua opinião sobre este tema?
