Emocionante

Casal ajuda homem sem-abrigo reencontrar-se com a família que não via há 20 anos

Devido à falta de empatia e compreensão para com os sem-abrigo, alguns indivíduos tendem a considerá-los “invisíveis”. Infelizmente, este grupo da população é ignorado e carente de contato humano, o que piora a sua situação.

Mas Randi Emmans-Bailyn era diferente. Certa noite, enquanto passeava com o cão, ela ouviu um mendigo a falar sozinho na rua. Em vez de continuar o seu caminho, Randi, de 33 anos, fez uma pausa e ouviu. E o que ela ouviu partiu o seu coração.

“Imagine que nunca ninguém parava nem lhe dizia olá. Apenas olhavam. Mas ninguém sabe o quão educado eu sou, o quão inteligente eu sou, tudo que eles veem é um homem que não tem casa e não tem ninguém”, desabafava o homem em voz alta.

 

Randi iniciou um programa de caridade chamado Project Backpack em 2014, para ajudar os sem-abrigo em Los Angeles. Ela e o namorado, John Suazo, de 34 anos, adquiriam artigos essenciais do dia-a-dia e enchiam mochilas com os mesmos. Depois, distribuíam as sacolas pelos sem-abrigo.

Por acaso, a jovem mulher tinha um a mais no seu carro, e fez questão de o dar ao homem. Entretanto, ela e o namorado descobriram que o seu nome era Pedro Reid e acabaram por conversar com ele sobre a sua vida e como ficou sem-abrigo.

Pedro, de 54 anos, deixou a casa da sua família em Charleston, Carolina do Sul, e mudou-se para L.A. em 1999, para morar com uma tia. Um ano depois, passou por uma fase sombria e viu-se sem um teto sobre a sua cabeça. Ele vagueou pelas ruas durante anos, incapaz de colocar a sua vida de volta nos trilhos ou voltar para a sua cidade natal.

Depois de passar mais de duas décadas nas ruas, Pedro tinha pouca esperança que as coisas voltassem a ser como eram. No entanto, a ideia de reencontrar a sua família sempre esteve presente na sua mente.

Então, Randi e John perguntaram-lhe nomes de membros da sua família, na esperança de localizá-los. Mais tarde, Randi publicou um apelo no Facebook a pedir doações para ajudar a cobrir as despesas de algumas noites num hotel, para que Pedro pudesse ter a oportunidade de se limpar e dormir bem. O casal angariou $ 6.500 em 72 horas e conseguiu pagar a acomodação de Pedro por uma semana, para além de um telefone para ele e roupas novas.

Entretanto, o casal continuava a tentar localizar a família. Como Pedro se mudou para Los Angeles sem identificação, ele disse às autoridades que o seu nome era Franklin Mitchell durante uma altercação. Esse tornou-se o seu pseudónimo a partir de então, tornando impossível para os seus parentes localizá-lo.

Ele também não tinha telefone nem pertences e não sabia onde estavam os seus familiares. Pedro acabou por perder todo o contacto com eles, e não fazia ideia se alguém estava à procura dele. Infelizmente, também não conseguiu um emprego, porque não tinha bilhete de identidade.

Pedro deu a Randi e John alguns nomes de parentes e a morada da sua avó, sem saber se ela ainda estava viva.

“A Randi e eu começámos a procurar na Internet e conseguimos encontrar o nome da avó dele associado à morada. Ligámos para números errados até que, finalmente, encontramos alguém que era a ex-mulher do seu tio”, conta John.

Ao ouvir notícias do seu sobrinho, Pierre Grant, de 59 anos, ligou diretamente para o casal e contou que a família estava a tentar encontra-lo há mais de 20 anos, sem sucesso.

“Durante mais de 20 anos, orámos e acreditámos que um dia o encontraríamos e o dia finalmente chegou. É um milagre”, disse Pierre, que reservou um voo de Charleston para L.A., cujos custos foram cobertos pelos fundos levantados por Randi. Mia Green, prima de Pedro, também viajou de Atlanta para L.A. para o conhecer.

“Quando ouvi a notícia, decidi que definitivamente iria. A Randi e o John são pessoas divinas. Eu nem tenho palavras”, disse Mia.

Finalmente, Pedro reuniu-se com a sua família, no dia 7 de agosto. Após mais de 20 anos sozinho, ele não pode deixar de chorar de alegria enquanto abraçava o seu tio e prima. Todos passaram a noite em Hollywood e jantaram com Randi e John, antes de conduzir de volta na manhã seguinte para a casa de infância de Pedro, em Charleston. Infelizmente, a sua avó tinha falecido no ano passado, e atualmente ele com os tios lá.

Agora que Pedro voltou para casa, ele está entusiasmado com a perspetiva de embarcar num novo capítulo. Ele espera partilhar a sua história e lançar alguma luz sobre a realidade da situação dos sem-abrigo.

“Acredito que posso ajudar muitas pessoas que ainda estão na posição em que eu estava”, disse ele.

Ele também planeia retomar os seus estudos – que pararam depois do ensino secundário – e encontrar um emprego estável. E claro, nunca vai esquecer as duas pessoas que possibilitaram o seu recomeço.

“Os nomes deles ficarão para sempre gravados no meu coração. Estou indescritivelmente grato por se terem importaram o suficiente para me ajudar”, concluiu Pedro.

Randi e John têm mesmo um coração de ouro. Graças a eles, Pedro está junto dos seus, tem uma casa e está pronto para mudar de vida.

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