Trimetilaminúria. Esta palavra pode parecer só letras aleatórias que os cientistas colaram para nos confundir – mas na verdade é algo muito mais sério. Uma mulher que conhece a dor profunda e escura da trimetilaminúria (TMAU), ou síndrome do odor de peixe, é Camille.
Camille sofre de TMAU desde que se lembra, e isso fê-la sofrer muito durante toda a sua vida. As crianças intimidavam-na na primária, os adolescentes faziam comentários cruéis sobre o seu cheiro e os colegas não mostravam o o respeito que ela merecia – essa era a vida diária de Camille.
Mas agora ela está a falar ao público na esperança de que a sua solução ajude os outros com a mesma condição.
Camille reparou pela primeira vez no seu mau cheiro quando estava no primeiro ano. Não importava o quanto ela tentasse tirar o cheiro a peixe morto do seu corpo, nada funcionava. Ela esfregava e esfregava, mas ainda estava lá e forte como sempre!
A natureza teimosa desse odor deve-se a uma substância química pungente no organismo chamada trimetilamina. Normalmente, o corpo humano consegue livrar-se da trimetilamina sem que o cheiro passe pela pele – mas, para pessoas com TMAU, essa substância fétida fica presa nos seus corpos.
Para piorar a situação, os pacientes com TMAU não conseguem cheirar o seu próprio odor corporal. Isso significa que eles não podem manter o controlo sobre o seu cheiro ou tomar medidas para parar quando ele está fora de controlo! Desde o tempo em que Camille era jovem, ela teve de lidar com essa realidade sombria.
Infelizmente, até mesmo alguns professores de Camille tornaram a vida difícil para ela. Ela explicou a dor dos seus dias de infância numa entrevista.
“Um dos meus professores perguntou-me se eu tomava banho todos os dias. A partir daquele momento, ela sentou-me no canto da sala de aula. As crianças chamavam-me de aberração. Diziam que eu cheirava a esterco de cavalo e peixe morto”, lembra.
As coisas não ficaram mais fáceis na idade adulta, mas Camille conseguiu manter-se forte. Ela fez o melhor que pôde para ignorar os comentários rudes dos seus colegas e estranhos – mas não foi até começar a ensinar que as coisas tomaram um rumo terrível.
As crianças na sala de aula de Camille assediavam-na verbalmente até que ela praticamente deixou de sentir que tinha valor próprio. Com lágrimas nos olhos, Camille olhou para a câmara e explicou como as coisas estiveram tão más durante esse tempo:
“Eles diziam coisas como: esta sala de aula cheia a peixe morto, e chamavam-me Miss Fishy. Eu chorava durante todo o caminho da escola para casa. O tempo todo.”
Camille passou anos a fazer o seu mestrado em Educação – ela amava crianças! Mas agora tudo o que ela queria fazer era rastejar para dentro de um buraco e morrer. O suicídio foi um pensamento que começou a surgir cada vez mais.
Na mente de Camille, se as crianças não conseguiam aceitá-la, quem conseguiria?
Felizmente, uma solução chegou a Camille a tempo. Ela estava desesperada por uma solução, pronta para acabar com tudo, mas decidiu dar uma última oportunidade. Com o coração pesado, Camille abriu o navegador da Internet e digitou “odor corporal de peixe”.
Os resultados do mecanismo de busca deixaram-na em choque – ela não era a única! Havia outras pessoas no mundo com TMAU, e que descobriram maneiras de fazer o cheiro desaparecer totalmente.
Com a ajuda de uma dieta modificada, probióticos e outros passos importantes, Camille não precisou mais de se esconder. Agora, ela faz questão de dar crédito às mulheres que conheceu online (como Sandy abaixo) por salvar a sua vida.
A história de Camille é um lembrete de que, não importa o quanto as coisas estejam ruins, você nunca está sozinho!
Saiba mais sobre esta condição médica frustrante no vídeo abaixo e PARTILHE!
