Kati Pohler, uma estudante universitária de 20 anos, cresceu em Hudsonville com os pais adotivos Ken e Ruth Pohler, sendo descendente de pais chineses.
Os seus pais biológicos são Qian Fenxiang e Xu Lida, que moram na China com a filha mais velha.
Como Qian e Xu já tinham uma filha e a China tinha uma política de filho único na altura, o casal teve não só de esconder o nascimento de Kati, como também teve de desistir dela, esperando que alguém a adotasse.
Kati nasceu numa casa flutuante isolada e foi levada para um mercado coberto de vegetais dias depois em Suzhou, onde ficou com o seguinte bilhete:
“A nossa filha, Jingzhi, nasceu às 10h do dia 24 do sétimo mês do calendário lunar de 1995. Fomos forçados pela pobreza e assuntos do mundo a abandoná-la. Oh, tenha piedade dos corações de pais e mães de longe e de perto! Obrigado por salvar a nossa filhinha e levá-la aos seus cuidados. Se os céus têm sentimentos, se for para sermos reunidos pelo destino, então vamos encontrar-nos novamente na Ponte Quebrada em Hangzhou na manhã do Festival Qixi daqui a 10 ou 20 anos.”
Qian e Xu fizeram planos para visitar a Ponte Partida em 2005, 10 anos após o nascimento de Kati. Eles não faziam ideia se havia a possibilidade de alguém ter lido aquele bilhete, muito menos realmente tomar a decisão de conectá-los com a sua filha.
Comovidos com o bilhete, mas ainda um pouco cautelosos, os Pohler enviaram um amigo para visitar a ponte naquele dia.
“Não queríamos envolver Kati em algo tão vago quanto isso, mas era importante para nós que os pais biológicos soubessem que a sua filha foi adotada por uma família que a ama muito e lhe deu um bom lar”, conta o casal.
Esse amigo chegou à ponte pouco depois das 16h, mas foi tarde demais, pois Qian e Xu haviam deixado a ponte minutos antes.
“Chegámos cedo e carregámos uma grande placa com o nome da nossa filha e palavras semelhantes às que usámos no bilhete original. Sentimos vontade de correr para todas as jovens que vimos na ponte. Foi terrível”, conta Xu.
Mas uma estação de notícias ficou a saber da história e divulgou a reunião perdida na esperança de que os pais biológicos se apresentassem. E eles assim fizeram!
Os pais adotivos e biológicos trocaram informações de contacto, mas foi só no ano passado que Ken e Ruth decidiram informar Kati sobre o bilhete que os pais biológicos tinham deixado. Assim que Kati soube do bilhete, da ponte e de comoo os seus pais biológicos desejavam vê-la, ela tomou a decisão de fazer uma viagem à China.
Com a ajuda de uma equipa de filmagem e tradutores, Kati finalmente conheceu a sua família biológica na Ponte Partida na véspera do Festival Qixi. Ela até conheceu a sua irmã, Xiaochen, pela primeira vez.
Qian caiu em lágrimas imediatamente. “Não conseguimos comunicar de forma significativa, já que não falamos inglês e ela não fala mandarim, mas dá para perceber que ela é uma menina muito boa. Agora que a conhecemos, sentimos ainda mais a falta dela do que antes”, disse ela.
Kati ficou igualmente feliz em ver exatamente de onde ela veio pela primeira vez. “Foi muito bom conhecê-los. Fiquei surpreendida com a emoção da minha mãe chinesa. A primeira coisa que eles disseram foi que eu estava magra e tinha de comer mais. Se eu não comesse, eles insistiam. Acho que eles estavam muito empolgados e sentiram falta de cuidar de mim todos esses anos”, concluiu a jovem.
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