Esta é a história de Isabel Soares, uma cabeleireira de 48 anos de Petrópolis, Rio de Janeiro (Brasil), que ganhou um automóvel numa rifa solidária com o objetivo de ajudar Akkon Verdugo Gonçalves, um menino de 3 anos que precisava de uma cirurgia urgente ao olho esquerdo.
Porém, em vez de ficar com o carro, Isabel resolveu devolvê-lo à família de Akkon. “Fiz o que o meu coração pediu. O pai dele precisa do carro para trabalhar, então não poderia aceitar”, explicou.
José António Gonçalves e Jéssica Verdugo, pais do pequeno, sortearam o único carro que tinham depois de saber que o filho necessitava de uma operação no valor de 20 mil reais, para corrigir uma catarata congénita que tinha sido diagnosticada em Novembro do ano de 2017.
“Quando soubemos o valor ficámos desesperado porque sabíamos que não conseguíamos pagar. Mas depois começámos uma campanha nas redes sociais, fizemos um almoço para arrecadar dinheiro e quando pensámos em vender o carro, surgiu a ideia das rifas”, conta Jéssica.
O pai de Akkon é vendedor de porta-em-porta de roupas de cama, pelo que precisa do carro para trabalhar, mas ainda assim estava disposto a abdicar dele pela saúde e bem-estar do filho.
Felizmente, Isabel não hesitou em devolver o carro à família logo que descobriu que tinha sido a vencedora.
“Agradecemos muito às pessoas que nos ajudaram e também a Isabel. O meu marido precisa do carro para fazer as vendas, e é com esse dinheiro que paga todas as contas da nossa casa. Não sei bem como seria se ficássemos sem o automóvel, mas naquela hora era o único bem que tínhamos para vender”, disse Jéssica.
Isabel perdeu o filho de 18 anos num acidente de automóvel, pelo que não conseguiu ficar indiferente à luta desta família.
“Perdi o meu filho e não pude fazer nada. Por isso, vendo o sofrimento desta família, não medi esforços para ajudá-los, para que tenham a oportunidade de cuidar do filho deles”, disse Isabel.
Graças a todas as doações e altruísmo, Akkon conseguiu realizar a cirurgia no dia 8 de Dezembro do ano passado, e encontra-se a recuperar. O tratamento pós-cirúrgico durará, no mínimo 5 anos, mas ao que tudo indica, vai no bom caminho.
