Casa

Este minúsculo apartamento em Tóquio é dos mais pequenos alguma vez vistos

Muitas pessoas dizem “quanto maior, melhor”, mas será realmente sempre esse o caso? Para Emma, mudar-se para uma pequena casa foi uma decisão feliz.

A quantidade de habitantes e o espaço limitado no Japão tornaram o custo de vida no país muito alto.

Em Tóquio, as casas têm uma média de 65,9m2, consistindo geralmente num quarto, uma cozinha, uma sala de estar e uma área de jantar.

Contudo, os preços elevados forçam a maioria das pessoas a residir em quartos ou apartamentos ainda menores – por exemplo, a casa de Emma tem apenas 8m2!

Emma passou muito tempo a procurar apartamentos, e o seu atual destacou-se do resto devido aos dois andares.

“Cá, em muitas casas a cama fica ao lado da casa de banho e da cozinha, o que me parece um pouco errado”, explicou Emma.

Devido aos dois andares, a área de estar é separada dos dormitórios, e embora as casas japonesas sejam tipicamente pequenas, o apartamento de Emma é um pouco diferente pois o que não tem de largura compensa em altura.

Antes de entrar na casa de Emma, ​​deve-se tirar os sapatos no “Genkan”, uma das regras de etiqueta doméstica japonesa.

Apesar da ausência do espaço amplo normalmente encontrado em casas modernas, Emma encontrou uma maneira de ser criativa.

Por exemplo, dispôs o micro-ondas e a torradeira em cima de um armário de madeira para os utensílios de cozinha, chávenas e talheres e colocou adesivos nos pés dos eletrodomésticos para impedir que se movessem durante um possível terramoto.

Emma passa a maior parte do tempo no seu escritório, que consiste numa pequena mesa, uma cadeira giratória e um portátil onde ela edita os seus vídeos e responde aos seus e-mails. Ela adora que a sua estação de trabalho permita olhar para a janela e a varanda.

É possível ver muitas plantas em vasos na mesa de Emma e algumas plantadas em cantos. “Se não há seres vivos, se não consigo ver o mundo exterior, as coisas parecem realmente obsoletas, e é quando o espaço parece pequeno”, explicou.

Emma paga ¥ 69.000 (US $ 600) por mês pelo seu apartamento, incluindo Wi-Fi e serviços públicos. Foi um desafio para Emma transformar o pequeno apartamento num espaço pessoal, onde se sentisse em paz e confortável.

Para o conseguir teve de experimentar várias coisas, como adicionar objetos, plantas e reorganizar os móveis. No final, o resultado fê-la sentir-se recompensada.

Como a maioria dos apartamentos no Japão, Emma tinha uma pia mas nenhum espaço de corte. Então, comprou uma grande tábua para remediar a falta de balcões, e mantém vasos de plantas suculentas na varanda.

A casa de banho é um pouco peculiar para aquilo que estamos acostumados. “Quando me mudei para cá, pensei: onde está o WC? Pensei que poderia haver uma casa de banho pública em algum lugar e que tinha sido enganada pela empresa”, conta Emma.

Demorou um pouco até ela perceber que a casa de banho estava, na verdade, escondida: é preciso puxar a pia para aceder ao mesmo. Lá, tudo está ao alcance de Emma, ​​como o armário dos comprimidos, os compartimentos onde armazena os seus produtos de higiene pessoal, a pia, entre outras coisas.

Apesar das pequenas dimensões do apartamento, o loft no andar de cima tem espaço suficiente para Emma. No início, ela estava com medo de sentir como se estivesse dentro de um caixão, mas depois de algumas noites, sentiu-se bastante confortável.

“Que animal dorme ao ar livre? Eu sinto que os animais vão sempre para uma caverna, uma toca ou um cantinho, e eu acho que muitos humanos também gostam de sentir que estão num espaço mais pequeno, agradável e aconchegante”, disse.

As pessoas em grandes casas modernas estão sempre a comprar coisas para as preencher, mas raramente se sentem satisfeitas com o que têm. Felizmente, Emma encontrou um pequeno espaço que se tornou o seu santuário e a mantém criativa e consciente daquilo que ela verdadeiramente precisa.

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