Esta é a história de um menino que foi rejeitado muitas vezes e começou a mostrar o seu boletim escolar com notas excelentes num esforço para provar às famílias adotivas que era uma boa escolha, mas nunca conseguiu.
Liz Curtis Faria tinha acabado de ir buscar o menino de 7 anos chamado Stephen (nome fictício) no seu Toyota, a casa onde este estivera temporariamente quando o ouviu dizer as seguintes palavras:
“Ninguém me ama. Nem mesmo a minha mãe que me deu à luz”, disse ele enquanto soluçava de dor no banco de trás do carro, após recolher as suas coisas silenciosamente com a cabeça baixa, deixando para trás a família que o tinha acolhido brevemente.
Liz sabia que tudo aquilo tinha ferido profundamente o menino, que tinha grandes esperanças para aquela família e até sentiu alguma afeição por parte deles.
Infelizmente, não seria a única vez que ele seria rejeitado. Liz, que sempre foi sua assistente social, viu meses depois o menino correr e esconder-se atrás de móveis para evitar ser levado.
Na sua idade, ele já tinha mudado de família mais vezes do que o número total de anos que vivera e sempre levava as suas coisas num saco do lixo frágil. Nem sequer tinha uma mala decente para lhe dar alguma dignidade.
Aos 9 anos, Stephen ainda estava num orfanato, mas agora ele tinha um plano. Ele tinha decidido que se provaria digno do amor paterno com a sua inteligência.
Um dia, foi com Liz a um evento de adoção onde conheceriam famílias interessadas em adotar uma criança mais velha. Ele tinha mais chances de ser adotado, já que dessa vez as famílias não o excluíram automaticamente por causa da idade.
Para os adultos o levarem para casa, ele sabia que tinha de causar uma boa impressão. Assim, ela levou o seu boletim escolar, com as suas boas notas, como prova tangível de que valia a pena amá-lo.
Infelizmente, isso não fez diferença, e nenhuma família decidiu tentar adotá-lo. Aos 12 anos, ele ainda estava a tentar conseguir uma família.
Numa dos programas de Wednesday’s Child, um noticiário com crianças que estão para adoção, Stephen tentou falar com muita franqueza e estava constantemente na frente das câmaras na esperança de provar que merecia um pouco de amor.
Mas nada mudou. Liz deixou o seu emprego como assistente social e Stephen permaneceu no sistema de adoção, que constantemente o recebia e o devolvia, como se não tivesse valor.
Anos depois de ter parado de trabalhar como assistente social, Liz recebeu um e-mail do seu antigo chefe. Neste, ele incluiu uma atualização sobre Stephen. Ele estava na prisão depois de fugir do seu lar adotivo.
“Você tem de adotá-lo”, dizia a mensagem. Liz havia considerado a adoção antes, mas não chegou a tomar nenhuma medida.
Então, ela descobriu por um amigo que o jovem havia sido assassinado. Ele foi baleado do lado de fora de uma festa por uma discussão. Ele tinha 18 anos e a sua morte magoou Liz profundamente.
Ela esteve presente no seu funeral, assim como a mãe biológica de Stephen. Ele estava errado naquela tarde: a mãe amava-o à sua maneira, mas tal como Liz, não tinha sido capaz de lhe dar uma família.
Liz pediu que o sistema de acolhimento familiar fosse revisto e melhorado para que estas crianças possam receber os cuidados adequados. Embora seja difícil, pois o setor de assistência social tem falta de pessoal e subfinanciamento, ela acredita que com mais ajuda do governo as coisas podem mudar. Essas crianças precisam e merecem que as coisas mudem!
PARTILHE!