Histórias

“Eu não estava pronta”: mãe trabalhadora explica em lágrimas porque é que 12 semanas de maternidade não são suficientes

Regressar ao trabalho após a licença maternidade não é fácil, independente de onde reside, mas nos EUA, as políticas de licença parental são precárias e prestam um péssimo serviço às famílias. A publicação recente e comovente de uma mãe no LinkedIn revela exatamente porquê.

Rachael Larsen, diretora de operações de produtos de uma empresa de educação em Salt Lake City, Utah, partilhou uma fotografia dela no seu primeiro dia de volta ao trabalho, após a sua segunda licença maternidade. Embora já tenham passado 4 anos, ainda é difícil para ela expressar a dor crua que sentiu naquele dia.

“A vergonha à volta de criar uma família e trabalhar a tempo inteiro é real. Eu aceitei isso no meu primeiro dia de volta ao trabalho, depois de a minha segunda filha nascer. Eu não estava pronta. A minha filha não estava pronta. Ela não andava a dormir bem e estava extremamente agitada. Acordava 5 vezes para comer e eu estava exausta. Como a maior fonte de rendimento da nossa família, fui forçada a engolir em seco, sorrir e voltar ao trabalho”, conta Rachael.

Como tantos pais que trabalham, esta mãe simplesmente não tinha escolha. Ela admite que não estava pronta, mas precisava de providenciar financeiramente à sua família.

Na publicação, ela reconheceu o “privilégio extremo” de poder tirar 12 semanas para estar com a bebé e receber um pagamento parcial pela licença.

“Eu tinha um trabalho que amava numa empresa incrível com ótimos chefes. Eu tinha uma creche que podia pagar, com ótimos professores em quem confiava. Mas… eu simplesmente não estava pronta”, disse.

Infelizmente, a história de Rachel é muito comum. É normal que as mães tenham muito menos de 12 semanas de licença nos EUA, e isso não é correto. Os EUA são o único país desenvolvido no mundo onde as mães não recebem licença de maternidade remunerada – a FMLA oferece 12 semanas de licença não remunerada e protegida pelo emprego aos funcionários, mas cobre apenas cerca de 60% dos trabalhadores norte-americanos.

Até mesmo as 100 melhores empresas para mães trabalhadoras de 2020 ofereciam apenas uma média de 10 semanas de licença totalmente remunerada para as mães.

Recentemente, a vice-presidente Kamala Harris propôs um projeto de lei que daria a cada novo pai 6 meses de licença remunerada – mas, ainda assim, em comparação com outros países, não é tempo suficiente para criar um vínculo com o bebé e descansar adequadamente.

As políticas de licença parental dos países europeus colocam a América muito atrás: na Hungria, os pais têm direito a 72 semanas; na Suécia, 480 dias (mais 18 semanas reservadas apenas para as mães); na Islândia, 12 meses; na Noruega, 49 semanas, e a lista continua.

“Precisamos de fazer mais para apoiar os pais e as famílias. Posso ter levado 4 anos a conseguir fazê-lo, mas estou feliz por ter a coragem de falar a minha verdade agora”, concluiu Rachael.

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