Chris Norton estava apenas na 6ª semana do seu primeiro ano no Luther College, em Decorah, Iowa, quando a sua vida mudou para sempre. Depois de calcular mal uma jogada durante um jogo de futebol ficou paralisado do pescoço para baixo.
Esse dia fatídico ocorreu em 16 de outubro de 2010, quando tinha apenas 18 anos. Deitado no chão, ele lembra-se do que passou pela sua cabeça naquele momento – sentiu-se como se alguém tivesse desligado a energia do seu corpo.
O estádio inteiro ficou em silêncio, e Chris rezou. “Estava a tentar levantar-me do chão, mas nada estava a funcionar. Orei a Deus: por favor, deixa-me levantar e sair do campo”, lembra ele.
Após a lesão, foi transportado de avião para a Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, onde lhe disseram que tinha fraturado as vértebras C3-C4, o que significava que apenas 3% de hipóteses de voltar a mexer-se abaixo do pescoço. Então, teve de se mentalizar para a possibilidade de passar o resto da sua vida paralisado.
“Eu não aceitava aquilo. Tinha de fazer parte daqueles 3%”, conta. E assim o fez. Chris conseguiu andar em duas ocasiões importantes da sua vida – quando se formou, em 2015, e quando se casou com Emily Summers, em 2018.
Juntos, o casal ainda se apoia tanto um ao outro como no primeiro dia, e o seu laço ficou ainda mais forte quando começaram a criar as suas cinco filhas.
“Elas apenas trazem tanta energia para as nossas vidas – nunca há um momento de tédio. Saímos em público e as pessoas param-nos e perguntam se são mesmo nossas filhas”, conta Chris, agora com 27 anos.
Whittley, que agora tem 20 anos, é o primeiro de 17 filhos que o casal acolheu. A sua conexão com os Norton remonta a quando Emily ainda estava no ensino secundário e fez de mentora de Whittley. Em dezembro, o casal adotou-a oficialmente.
Chris e Emily têm agora quatro filhas mais novas – Ava, 10, Liliana, 8, Isabella, 6 e Ariana, 3. As meninas são irmãs biológicas, que os Norton adotaram em fevereiro.
“Conseguimos fazer crescer a nossa família este ano, o que foi realmente especial, e oficializar que são nossas filhas para sempre. Foi uma alegria absoluta poder estar lá para elas em tempos difíceis”, diz Emily.
“Nós pensamos que seríamos uma bênção para elas crianças, mas elas é que são a bênção para nós”, acrescenta Chris.
As suas filhas não só trouxeram muita alegria à casa do casal, como ainda desempenharam um papel na missão deles retribuir à comunidade.
Em junho, a Fundação Chris Norton – que Chris fundou em 2012 – organizou um acampamento de cadeiras de rodas para 25 crianças com lesões na coluna vertebral e as suas famílias, e as meninas ajudaram na qualidade de mentoras.
Chris admite que, apesar de ser pai ser tão gratificante, alguns aspetos da paternidade que são difíceis para ele, dada a sua situação.
“Havia coisas sobre ser pai que eu realmente queria fazer. Eu sempre quis ser o pai que consegue nadar com os filhos na piscina ou brincar à apanhada. Mas tento concentrar-me naquilo que posso fazer. Simplesmente não posso deixar a minha paralisia física paralisar a minha mente”, disse.
Chris é realmente imparável – e recentemente riscou mais um ponto na sua lista de desejos, ao tornar-se um autor publicado!
Num novo livro intitulado “The Seven Longest Yards”, o marido e a esposa partilham os altos e baixos da sua incrível jornada, desde a à lesão na coluna vertebral de Chris que o deixou paralisado até à vida de casados com cinco filhas adotivas.
“Todos viram os nossos momentos de destaque. Agora, queremos mostrar às pessoas como chegámos lá. Queremos que outras pessoas encontrem a coragem dentro delas mesmas, através do nosso exemplo, para continuar a testar os próprios limites e apoiar-se umas às outras”, concluiu Chris.
Veja o vídeo abaixo para saber mais sobre este homem incrível que, apesar de estar paralisado, não deixou de viver plenamente.
