Emocionante

“Eu lembro-me dos olhares que recebi por causa da minha barriga de grávida e um recém-nascido preso a mim. Eu nunca esperei que isto me acontecesse”

Stephanie Hollifield estava destinada a ser mãe. Havia algo na sua alma que queria nutrir os outros, especialmente aqueles que precisavam de um pouco de amor extra. É por isso que, depois de ter filhos, ela e o marido viraram-se para a adoção.

Com o passar dos anos, Stephanie e o seu marido tiveram dois filhos biológicos e adotaram um menino adorável. Os seus corações (e a sua casa) estavam cheios!

Mas, vários anos após a adoção, a febre do bebé atingiu os Hollifields novamente. Com o desejo de ter outro pequenino em casa, o casal voltou a uma discussão familiar: deveriam adotar ou tentar ter outro filho biológico?

Depois de horas de discussão emocional, o casal decidiu procurar um orfanato. Mas eles não faziam ideia dos planos loucos que o universo tinha para eles…

Num post originalmente publicado no site “Momstrostity”, de Stephanie, e depois partilhado na página Love What Matters, a orgulhosa mãe de cinco filhos explicou como adotou a filha mais nova:

“Eu lembro-me vividamente dos olhares que me lançavam na rua por causa da minha enorme barriga de grávida e por ter um bebé recém-nascido envolto no meu peito. Eu provavelmente olharia também. É uma visão estranha, e honestamente algo que eu nunca imaginei para mim. Eu estava prestes a ter dois bebés separados por três meses.

Alguns anos atrás, o meu marido e eu começámos o processo de preparar a nossa casa e corações para um bebé adotivo. Nós já tínhamos três filhos, dois biológicos e um adotado a partir de um orfanato. Embora estivéssemos empolgados com a adoção, também estávamos nervosos por ter de criar quatro filhos. Mas a febre tomou conta dos nossos cérebros outrora racionais, e avançámos.

O processo de adoção é longo, e assim que ultrapassámos todos os obstáculos e preenchemos todos os requisitos do estado, descobrimos que eu estava grávida!”

É claro que Stephanie e o seu marido estavam entusiasmados com a gravidez – mas isso significava que as suas ideias de adoção iam cair no esquecimento. Toda a atenção deles foi voltada para o bebé.

Stephanie continua:

“Eu estava grávida de 6 meses quando recebi uma chamada a perguntar se podíamos ficar com uma menina recém-nascida.

Provavelmente não, porque as fraldas são caras, o sono é importante e isto é uma loucura. Quando a assistente social percebeu que eu estava grávida, ela disse-me que, normalmente, eles não atribuem um recém-nascido a uma família que está à espera de bebé. Então, nós continuámos com a nossa vida. Eu ainda pensava naquela bebé… Eu adoraria ter outra menina. Eu sempre quis gémeos, então dois bebés separados por alguns meses seria mais ou menos isso. Talvez. Mas regras são regras.

Algumas semanas depois, a assistente social ligou novamente. Eles tinham procurado várias famílias, mas não conseguiram encontrar um lar para o bebé de sete semanas. “Fale com o seu marido e avise-me. Ah, e você pode conduzir três horas amanhã de manhã para ir busca-la?” Isto foi uma loucura! Quem tem bebés com três meses de intervalo? Além disso, eu iria ter cinco filhos! Isso está ao nível dos programas da TLC!

Depois de conversar, orar e ter um colapso emocional, ligámos de volta e dissemos que sim. Dissemos sim a um bebé que merecia que alguém se empolgasse por poder trazê-la para casa. Dissemos sim a muitas incógnitas, a meses de noites sem dormir e preocupação de podermos não ser suficientes, não poder fornecer o suficiente. Nós estávamos zero por cento convencidos de que esta era uma escolha sábia, mas parecia ser a única escolha.

Então, pegamos no carro para ir buscar uma bebé que nunca tínhamos conhecido. Grandes olhos castanhos e covinhas minúsculas num rosto incrivelmente minúsculo. Com sete semanas de idade, esta criança sorria. Ver aquela linda, perfeita e indefesa bebé fez-me amá-la imediatamente.

Assim que a segurei nos meus braços, algo mudou em mim. Eu sabia que tínhamos o suficiente porque ela não tinha nada. Esta pequena criança com toda a sua vida pela frente merecia todas as oportunidades que este mundo tinha para ela. Senti uma responsabilidade para com ela e para com a pessoa que ela se tornará, e soube naquele momento que conseguiríamos.

As assistentes sociais disseram-nos que a mãe biológica e a avó materna da bebé tinham QIs extremamente baixos, e que as probabilidades eram de ela também ter. Eu não me importei. Elas podiam ter-me dito que ela teria um braço a crescer na testa, que eu teria dito “ótimo, estamos prontos para levar o nosso bebé para casa agora”.

Nós assinámos os nossos nomes em alguns documentos e saímos com uma bebé que tínhamos conhecido apenas dez minutos antes. Eu estava esperando que alguém saísse a correr do escritório e exigisse que eu a devolvesse. Foi surpreendentemente anti climático: “assine aqui, aqui está o seu bebê, obrigado por ter vindo”.

Os nossos dias com dois bebés não são o que você imaginaria. Quando penso naqueles meses, não me lembro de estar exausta ou sobrecarregada, embora tenha a certeza que estava ambas as coisas.

Eu lembro-me de estar completamente apaixonada pelos dois bebés. Eles encaixam-se tão bem, e ser mãe deles era um sonho que eu nunca soube que tinha.”

Infelizmente, a alegria de Stephanie desvaneceu por completo depois de uma chamada inesperada da assistente social:

“Eu ainda me lembro exatamente como ela e o seu irmão se enrolavam nos meus braços enquanto eu cantava para eles. Lembro-me de como foi mágica a primeira vez que eles riram juntos. Lembro-me de quanta alegria pura que eles nos trouxeram.

E então houve uma chamada devastadora a avisar que provavelmente não conseguiríamos adotar a bebé, que nos nossos corações já era nossa filha.

Lembro-me de implorar a Deus, às assistentes sociais e a quem quisesse ouvir: “por favor, não a levem”.

Eu acredito, do fundo do meu coração, que as famílias biológicas devem ficar juntas sempre que possível. Mas a nossa situação não deixou dúvidas de que éramos o melhor para aquela bebé. As assistentes sociais disseram que um familiar distante ia levar a nossa filha. Ele era muito mais velho, solteiro, sem filhos, sem emprego, a viver na pobreza, mas legalmente tinha todo o direito de custódia. A assistente social disse que ela estaria muito melhor connosco, mas isso não é considerado nestas situações.”

O pensamento de dar a sua filha a alguém que não poderia cuidar dela era devastador. Como é que o sistema podia pedir-lhe para fazer algo tão esmagador?

“As minhas lembranças daqueles dias giram em torno do medo e do desespero. Falei com juízes, advogados e punhados de assistentes sociais, e todos me garantiram que tínhamos pouca ou nenhuma chance de lutar contra aquilo.

Passei as férias naquele ano numa névoa. Eu amei o nosso tempo como família. Tentei agradecer pelo tempo que passámos juntos. Mas não importa o quanto eu tentasse, não conseguia convencer-me de que isso seria suficiente.

Pensar no Natal do ano seguinte sem ela a rir enquanto tentava pegar nos enfeites da árvore estava a despedaçar-me.

Mas ainda mais perturbadora foi a ideia de que a minha pequena preciosa poderia ser privada de oportunidades que sabíamos que lhe poderíamos dar. Nós arranjaríamos empregos extras, faríamos sacrifícios e moveríamos o Céu e a Terra para lhe dar a ela e a todos os nossos filhos o que eles precisassem. Teria ela a mesma promessa na sua nova família?

Eu não podia suportar a ideia de que ela seria atirada para uma vida onde não havia irmãos com quem brincar, nenhum avô que a amasse, e nenhum pai que lhe desse o mundo se pudesse.

Será que esse familiar distante seria capaz de encontrar as melhores escolas, professores e médicos para ajudar em quaisquer problemas ou necessidades especiais que ela possa ter?

Será que cantariam para ela e dançariam com ela? Era a coisa favorita dela. Será que ela acabaria por voltar no orfanato se as suas necessidades se tornassem demasiado grandes?

Eu não podia imaginá-la a viver u com tantas incógnitas.”

Felizmente, o universo tinha outro truque na manga – e sim, desta vez, foi uma boa surpresa!

“Na semana anterior à nossa ida ao tribunal, onde tínhamos a certeza de que a perderíamos, a assistente social informou-nos que o familiar mudou de ideias. Ela não iria lutar pela custódia. Porque Deus foi incrivelmente bom para nós, pudemos adotar oficialmente a nossa doce filha quando ela fez dez meses.

Depois de todos os meses gastos em preocupação, não parecia real até quando o juiz a declarou legalmente e para sempre nossa. Não vai haver mais assistentes sociais, visitas domiciliares ou noites de incerteza.

No seu dia de adoção, reunimos os nossos amigos e familiares mais próximos e fizemos uma celebração incrível. Foi um dos melhores dias da minha vida. Eu nunca estive tão aliviada, tão agradecida.

Já se passaram dois anos desde que trouxemos a nossa menina para casa, e quase dois anos desde que o nosso filho nasceu. A minha filha é a criança mais inteligente que já conhecemos. Ela canta e fala sem parar. Ela ama as pessoas e acena como a Miss América em todos os lugares onde vai. Ela lembra-se de tudo o que vê e di-lo a cada estranho com que se depara.

Ela é muito mais do que os rótulos que foram colocados nela. Ela é brilhante e não precisamos de um teste de QI ou da história da família sabermos isso.

A minha parte favorita de ser mãe é ver os meus filhos juntos, a brincar e a cair no chão no meio de gargalhadas.

Adoro ver os bebés enquanto eles andam pelo quintal de mãos dadas e cantam uma música numa língua que só eles entendem.

Ver o meu filhote negro inchar com orgulho quando diz às pessoas que a sua irmã o ama muito porque ambos têm uma linda pele escura derrete o meu coração.

Ver o amor dos meus filhos mais velhos pelos mais pequenos é suficiente para me fazer parar o que quer que esteja a fazer e agradecer a Deus pela sua misericórdia.

Houve, é claro, tempos difíceis. Houve dias em que eu estava demasiado ocupada para tomar banho. Já temos cocós em cima mais vezes que qualquer humano deveria… As nossas crianças já fizeram birras no meio da mercearia. Tivemos dias difíceis que terminaram em mim enrolada a chorar no peito do meu marido.

Mas não houve um único segundo de um dia em que nos tenhamos arrependido das nossas escolhas. Não houve um dia que eu passei sem me sentir feliz por poder ser a mãe deles. Eu vou viver o resto da minha vida a tentar ser digna desse título.”

Agora, a família Hollifield está completa, feliz e pronta para enfrentar o mundo. Stephanie nunca imaginou que viria a ter cinco crianças em casa, mas ela não mudaria nada.

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