Esta é a história de um homem com 4 filhas residente no Bangladesh, que era muito trabalhador e ganhava a vida a limpar o esgoto.
Ele sempre escondeu esse facto às filhas, pois a sua era considerada a pior das profissões, e frequentemente tinha de entrar dentro do esgoto sem qualquer proteção.
Aqui fica o seu testemunho:
“Nunca disse à minha família no que é que trabalhava. Nunca quis que sentissem vergonha de mim, e quando as minhas filhas me perguntavam, eu dizia que era apenas um operário. Quando saía do trabalho, tomava banho em casas de banho públicas para que não houvesse pistas do meu trabalho. Eu queria que as minhas filhas fossem à escola e se apresentassem em frente das pessoas com dignidade, que ninguém as olhasse com superioridade como já fizeram comigo.
Eu investi cada centavo recebido na educação das minhas filhas. Nunca comprei uma camisa nova para mim, pois usava o dinheiro para comprar livros. Respeito era tudo que eu queria ganhar. Eu era um limpador. No dia anterior à data de admissão da minha filha na universidade, eu não tinha dinheiro para pagar a sua matrícula.
Não pude trabalhar nesse dia. Sentei-me ao lado do lixo e tentei segurar as minhas lágrimas. Todos os meus colegas estavam a olhar para mim, mas nenhum deles se aproximou. Eu tinha falhado, estava com o coração magoado e nenhuma ideia de como diria à minha filha que não tinha como lhe pagar a matrícula.
Nasci pobre. Nada de bom pode acontecer a uma pessoa pobre. Após o trabalho, todos os colegas se aproximaram de mim, sentaram-se ao meu lado e perguntaram-me se os considerava irmãos. Antes de eu responder, eles colocaram os seus ganhos do dia nas minhas mãos. Quando eu disse que não precisava, todos disseram o seguinte:
– Morreremos de fome hoje se for necessário, mas a tua filha tem que ir à universidade.
Eu não soube o que dizer. Nesse dia nem tomei banho, cheguei a casa sujo, como o limpador de esgoto que eu era. Hoje minha filha está prestes a terminar a faculdade. Três delas já não me deixam trabalhar.
A minha filha conseguiu um trabalho e regularmente leva-me ao meu antigo trabalho e compra comida para dar aos meus colegas. Eles riem e perguntam-lhe porque faz isso, e ela responde:
– Vocês não comeram naquele dia e por isso vou poder formar-me e ser o que sou agora. Rezem por mim para que possa alimentá-los a cada dia.
Hoje em dia já não me sinto um pobre. Com filhas assim, como poderia ser pobre?”
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