Emocionante

É impossível ter uma relação gratificante se está cheio de “contatinhos”

Vivemos tempos de amores descartáveis, desses que são substituídos num piscar de olhos. A toda a hora podemos ver, estampados nas redes sociais, relacionamentos cinematográficos, dignos de filmes de Hollywood. Mas há dois fatores a considerar nesse contexto: a rapidez com que esses romances são desfeitos e a facilidade com que os ex-parceiros são substituídos.

A situação é tão delicada que já não convém perguntar a um amigo como vai o namorado ou a namorada. Isso pode gerar um grande constrangimento, pois aquela paixão tórrida do mês passado poderá já ter-se transformado num contacto bloqueado nas redes sociais.

Trata-se de uma geração que se comporta como se o Universo girasse à sua volta. As pessoas entram nas redes sociais, veem uma pessoa que desperta o seu interesse e pronto, isso basta para que use todas as armas para a conquistar. Pouco importa se a pessoa é comprometida – esse detalhe é algo completamente irrelevante.

Tudo gira em torno do “eu quero”. Mensagens são enviadas, por vezes fotografias de partes íntimas também. E então, se o envolvimento com essa pessoa gerar a destruição de uma família? Isso não é problema, o que importa é que o objeto de desejo seja conquistado. Não é preciso haver sentimento, basta uma atração física para que alguém atire uma relação de décadas no lixo.

Ter um relacionamento de confiança em tempos de redes sociais tornou-se um dos maiores desafios para o ser humano. Você relaciona-se contando com a possibilidade de haver um monte de “contatinhos” a fazer investidas no seu parceiro ou parceira e precisa de contar também com a ideia de ele ou ela estar a corresponder. Sim, ter relacionamentos nos tempos de redes sociais é como dar um tiro no escuro ou brincar à roleta russa.

Sortudos são aqueles que têm um parceiro fiel e leal. É que uma traição não se resume a estar fisicamente envolvido com outro. Um parceiro de verdade evita situações que possam contribuir para a ruína do seu relacionamento. Sabe colocar-se no lugar da pessoa com quem está ao ponto de perceber que determinados comportamentos a magoariam se ela simplesmente tomasse conhecimento deles. É aquele parceiro que pensa: “eu não vou fazer porque não gostaria que fizessem isso comigo porque me sentiria traído de alguma forma”.

Uma última constatação: nunca houve uma época em que houvesse tantas opções para um relacionamento. O mundo está a abarrotar de pessoas carentes e desesperadas por uma companhia, e expõem-se demasiado nas redes socias. Porém, aparentemente, essas pessoas não sabem lidar com tanta oferta. Muitas até encontram um bom parceiro, mas por não querer abrir mão dos “contatinhos”, acabam por deitar fora a oportunidade de viver uma relação gratificante.

Elas querem tudo ao mesmo tempo, alguém que as leve a sério e ao mesmo tempo uma vida paralela de solteiro. E como é que acabam? Sozinhas e frustradas, vivendo a ilusão de ser desejadas por muitos quando, na realidade, não têm ninguém que se importe verdadeiramente com elas. É preciso saber que todas as escolhas requerem cedências nesta vida. Não é possível ter um relacionamento próspero se não está disposto a contribuir para tal.

Adaptado de: texto de Ivonete Rosa

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