Após terminar a universidade e entrar no mercado de trabalho em carreiras diferentes, Adrián López Velarde e Marte Cázarez começaram preocupar-se cada vez mais com o estado do meio ambiente.
Os dois amigos, ambos do México, dizem que há muito partilhavam o objetivo comum de largar os seus empregos para fazer algo mais significativo.
López Velarde trabalhou no setor móvel e automotivo e Cázarez na moda, e juntos decidiram tentar causar um impacto positivo no mundo da moda, que é uma das maiores indústrias de consumo.
López diz que havia alguns problemas que tanto ele como Cázarez consideravam alarmantes no setor, como o uso excessivo de fertilizantes na produção de roupas por meio da produção de algodão e o facto de 80% dos resíduos de roupas serem queimados ou acabarem em aterros sanitários.
“Os recursos naturais da terra estão sob pressão e a indústria da moda, embora não seja a contribuidora mais óbvia, tem uma culpa considerável. Foi importante para nós fazer uma linha focada na sustentabilidade para abordar os problemas ambientais que todos enfrentamos”, explicaram os amigos.
Depois de um brainstorming, a dupla encontrou o antídoto perfeito no cato nopal, também conhecido como cato de pera espinhosa, nativo do México e usado pelos habitantes locais como alimento básico em muitos pratos.
Então, deixaram os seus empregos, há 18 meses, e desde então tornaram-se os rostos por trás do primeiro couro vegan, feito de nopal.
A dupla apresentou o seu produto em outubro na Lineapelle, feira internacional de couro em Milão. O couro falso, a que chamaram Desserto, é até 50% biodegradável e orgânico.
López e Cázarez compram os catos a 27 agricultores que colhem o produto no estado de Zacatecas. Para fazer o produto, usam apenas as folhas maduras da planta, método que, segundo eles, preserva o cato e permite uma nova colheita a cada 6 a 8 meses. Após o corte das folhas, estas são secas ao sol por 3 dias e processadas.
Agora, a dupla planeia produzir pelo menos 200.000 metros lineares do seu couro vegan até 2021.
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