Esta é a história de Anuradha Koirala, comparada por muitos a Madre Teresa de Calcutá, que sempre soube que o seu destino era ajuda o máximo de pessoas possível.
Anuradha tornou-se professora de crianças pequenas em Kathmandu, no Nepal, e depois de 20 anos a exercer, resolveu aceitar uma missão de vida mais perigosa e delicada: proteger meninas e mulheres de abuso, tráfico e exploração.
A “Madre Teresa de Calcutá do Nepal”, como é carinhosamente chamada, identifica-se com essas jovens pois foi vítima de abuso psicológico no seu antigo casamento. Desde então, passou a educar as mulheres sobre a violência de género e a importância do empowerment.
Até agora, Anuradha já ajudou muitas mulheres a deixar de mendigar e a conseguir a sua independência.
Inicialmente, o movimento teve pouca aderência, pois só 8 mulheres aceitaram a sua ajuda. Anuradha deu dinheiro a cada uma para começarem as próprias barraquinhas de rua e conseguirem o próprio sustento.
Graças a elas, que contribuíram com uma pequena parte dos seus ganhos, Anuradha conseguiu dar oportunidades económicas e segurança a outras mulheres em dificuldades.
Então, fundou a organização sem fins lucrativos Maiti Nepal, no ano de 1993, através da qual ainda ajuda bastantes mulheres.
O objetivo principal de Anuradha é resgatar e impedir que meninas e mulheres do Nepal e Índia sejam sequestradas e traficadas.
“São regiões pobres com altas taxas de analfabetismo. Se um membro da família ou amigo aparece e oferece um emprego, geralmente são os pais das meninas que as incentivam a ir, sem perceber o que está a acontecer realmente. É o lugar perfeito para os traficantes”, explicou Anuradha.
Atualmente, Anuradha tem 70 anos e continua a realizar diversas campanhas de empoderamento feminino, consciencialização e até treino físico de autodefesa.
Com a colaboração dos governos da Índia e do Nepal, Anuradha já conseguiu resgatar mais de 18 mil mulheres, ajudando-as a lidar com traumas de experiências terríveis e proporcionando-lhes cuidados médicos, até porque muitas das jovens contraíram HIV.
“Imagine o que aconteceria se a sua filha estivesse lá. O que é que você faria? Como agiria? Você tem de ver cada mulher como sua filha. Quero uma sociedade livre de tráfico de pessoas. Espero consegui-lo um dia”, disse Anuradha numa apresentação, visivelmente emocionada.
Anuradha é um verdadeiro símbolo do feminismo, e a sua coragem e altruísmo ajudaram a inspirar e a melhorar a vida de milhares de pessoas.