É muito comum nas empresas os chefes terem uma relação bastante distante ou mesmo inexistente com os seus empregados, o que pode afetar a dinâmica e a cotação do negócio. Para contrariar isto, Tarsia Gonzalez, executiva de uma empresa de transporte e logística, fez-se passar por aprendiz entre os motoristas e outros funcionários da mesma.
Tarsia tinha como objetivo não ser reconhecida por nenhum empregado e observar a realidade vivida pelos seus trabalhadores, como por exemplo o caso de Neuza, única mulher entre os 450 motoristas da empresa.
Apesar de ser o único membro do sexo feminino, Neuza Gomes demonstra ser uma mulher firme e decidida, não se deixando apoquentar pela forte presença masculina no local de trabalho.
Neuza dedicou 15 dos seus 55 anos a camiões, que considera a sua grande paixão, mas a sua história não fica por aí. Há 20 anos atrás, Neuza estava grávida do quarto filho e perdeu o marido, vendo-se obrigada a trabalhar ainda mais arduamente para conseguir dar aos filhos qualidade de vida.
Felizmente, sempre pode contar com a ajuda dos pais, que tratavam das crianças enquanto Neuza trabalhava. Apesar do auxílio dos pais, Neuza desabafa com Tarsia que o seu grande desgosto é que os seus filhos não sejam próximos dela devido à sua carga de trabalho.
Neuza não pede muito da vida, sendo o seu maior sonho ver o filho de 19 anos no comando de um camião, algo que o mesmo ambiciona, e poder conduzir um camião com ar condicionado e mudanças automáticas, ferramenta que tornaria o seu trabalho mais fácil.
“Ter Neuza na equipa de funcionários é uma forma de quebrar um padrão, provando que o lugar da mulher é onde esta quiser estar”, afirma Tarsia.
