Esta é a história de Alex, um papagaio africano nascido em 1976, que ficou famoso por ser objeto de uma experiência de psicologia em três universidades – a University of Arizona, Harvard e Brandeis University.
Alex era um animal singular, com uma surpreendente capacidade de aprender nomes de objetos individuais, mas também de identificar os objetos e as suas cores, independentemente da sua forma.
Em 1977, Irene Pepperberg, cientista, psicóloga animal e professora da Brandeis University e da Harvard University, comprou Alex, que tinha então 1 ano de idade, numa loja de animais.
Na altura, ela queria testar se primatas com cérebros maiores podem lidar com problemas complexos relacionados com a linguagem e compreensão – uma crença que não incluía pássaros.
Entretanto, Pepperberg chamou o papagaio de Alex, que é um acrónimo para experiências da linguagem/aprendizagem aviária.
Então, para ela tornou-se um objetivo testar a inteligência do pássaro e a experiência acabou por durar 30 anos, até a morte de Alex.
Segundo Pepperberg, Alex tinha mostrado a inteligência de um ser humano de 5 anos e o nível emocional de um ser humano de 2 anos, e nem tinha atingido o seu potencial completo quando morreu.
Na sua pesquisa, Pepperberg argumentou que se a inteligência de um único pássaro pode ser comparada à de golfinhos e grandes macacos, então os pássaros são animais com potencial criativo para usar palavras…
… Ou talvez Alex fosse “apenas” um pássaro extraordinário que aprendeu mais de 100 palavras. Talvez ele não as tenha aprendido mecanicamente, mas sim de forma criativa, com a capacidade de entender o que dizia.
Quando questionado sobre a forma, cor ou material de um determinado objeto, Alex poderia dar uma descrição precisa. Depois de aprender o nome de um determinado objeto, a compreensão de Alex desse objeto em particular foi testada ao ser exposto ao mesmo, mas em diferentes formas e cores.
Por exemplo, quando lhe foram mostradas chaves em diferentes tamanhos, formas e cores, Alex não teve problemas em identificar o objeto.
Quando foi colocado à frente de um espelho, Alex fez aquela que foi considerada a primeira e única pergunta existencial feita por um animal: “que cor?” (referindo-se a si mesmo).
Ele aprendeu que a sua cor é cinza depois de o ouvir 6 vezes. Contudo, alguns cientistas acreditam que Alex possa ter tido a sorte de fazer uma pergunta “irracional” no momento certo.,
Alex morreu repentinamente em 2007, com 31 anos de idade. Os papagaios cinza africanos vivem em média 60 anos, então a morte de Alex foi uma surpresa para todos, principalmente porque estava com boa saúde na época.
Pepperberg afirmou que foi uma perda enorme, mas não iria parar a pesquisa. Pelo contrário, ela afirmou que seria um retrocesso. O laboratório tem agora dois outros pássaros, mas não tão comparáveis a Alex.
https://youtu.be/LJdrZ_34T1g
