Curiosidades

A resposta genial da Bordallo Pinheiro às imitações de Tory Burch

Recentemente, a estilista norte-americana Tory Burch foi acusada de plagiar peças tradicionais da cultura portuguesa. A polémica começou com a imitação das típicas camisolas poveiras, e continuou com a cópia das cerâmicas da Bordallo Pinheiro.

No dia 26 de março, a Bordallo Pinheiro decidiu responder à situação publicando a imagem de uma camisola dos pescadores da Póvoa de Varzim com uma peça de cerâmica em forma de couve, uma das imagens de marca da empresa, chamando-lhe divertidamente de “camisola couveira”.

“Cá para nós há coisas que valem bem mais que o preço. O apreço pela criatividade, a traição, a originalidade, a história. Traços que definem quem nós somos enquanto marca e enquanto comunidade. Por isso, a nossa recompensa maior é a vossa preferência, lealdade e reconhecimento do que é autêntico. E o mesmo vale para tudo o que é nosso. Podem tirar a tradição do poveiro, mas nunca tirarão o poveiro da tradição”, escreveram os responsáveis.

 

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Tory Burch tem sido acusada de ser “especialista em plagiar outras marcas, artistas e culturas”, e a prova disso é o facto de ter à venda na sua loja online dezenas de cerâmicas que qualquer português reconheceria como sendo da Bordallo Pinheiro, assim como uma camisola igual à tradicional camisola poveira portuguesa.

Apesar das parecenças óbvias, a grande diferença está no preço: enquanto uma terrina em forma de couve da Bordallo Pinheiro custa 55€, a de Tory Burch custa 360€.

Para além disso, Tory descreveu a peça no seu site como sendo inspirada na baja mexicana, embora tenha mantido motivos marítimos e uma coroa da monarquia portuguesa no centro.

Depois do caso de plágio se ter tornado conhecido, a Junta e Município da Póvoa de Varzim fizeram questão de mostrar a sua indignação, mas a estilista não emitiu qualquer comunicado até ao fim do dia 24 de março.

Mesmo tendo pedido desculpa aos portugueses, Tory Burch continuou a ser criticada, pois maioria das pessoas considera que nada foi feito para compensar.

Então, no dia 26 de março, o governo português comunicou que pretende agir judicialmente contra a cópia dos produtos tradicionais do país: “A ministra da Cultura, Graça Fonseca, tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender o seu património cultural. O Governo, tendo comunicado a sua intenção, fará o que estiver ao seu alcance para que quem já reconheceu o publicamente o seu erro não se demita das suas responsabilidades e corrija a injustiça cometida, compensando as comunidades lesadas”.

O governo esclareceu ainda que o seu objetivo é priorizar a “valorização, proteção, preservação e salvaguarda do património imaterial português como um importante ativo cultural e económico”.

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